segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Duendes escravos...

Desde a época que eu brigava com minha irmã pra ser a Power Ranger Rosa (e sempre perdia, porque eu tinha que ser a amarela) eu gostava de ir a shoppings.Era um passeio muito divertido em família, cujo trajeto era animado com musicas inventadas por nós, frases na língua do "Pê" e beliscões cada vez que víamos um homem de bigode passar por nós.(Ora, éramos 3 irmãs, com idades variando entre 8 e 5 anos... tinhamos que ser criativas né?)
Bom, sempre que entravamos no estacionamento do shopping eu ouvia "uma voz" dizer 
"-Bem vindo ao Santa Cruz Shopping. Destaque o comprovante para liberar a entrada. Entrada liberada!"

Durante muito tempo, achei que "a voz do estacionamento" era um duende escravizado, que vivia la dentro daquele quadradinho sem água e sem comida e que só podia sair pra fazer xixi e cocô 2x por dia (sim, eu pensava TUDO isso). Eu ficava REVOLTADISSIMA com isso! (Agora, imagina uma petiz de 8 anos BRAVA porque um duende estava sendo escravizado!)
Eu chegava a olhar com cara de reprovação para os seguranças do shopping porque, a meu ver, eles eram os guardiões dos duendes e a culpa dos duendes prisioneiros era TODA deles! (Desculpem tios, hoje eu sei que vocês não são guardiões de duendes...)

O fato é que eu cria piamente que duendes moravam naquele quadradinho e eu acreditava com todas as minhas forças nisso! não adiantava você me dizer que não, que os quadradinhos eram apenas máquuinas... eu não acreditava! Simplesmente, coloquei na minha cabeça a ideia torta de que eram duendes e pronto! Eram duendes escravos...
Quando, depois de muito tempo, descobri que os quadradinhos eram apenas maquinas e que os duendes estavam a salvo, fiquei bem aliviada (e com certo peso na consciência de ter feito caretas pros "guardiões"). Minhas crenças eram tao infundadas que até tive vergonha.... Afinal, todo mundo sabe que os duendes vivem nos jardins não é? (kkkkkk)

Que tal você rever alguma de suas crenças? Assim com eu, você pode descobrir que as coisas não são tao ruins assim...

Um beijo
Dani

terça-feira, 11 de outubro de 2016

"Cara de Gaveta Despencando"

Nos tempos que KinderOvo era baratinho e tinha cigarrinhos de chocolate vendidos pra criança (que, cá entre nós, tinha gosto de sabão) era moda ter um "Caderninho de Perguntas e Respostas". Toda garota tinha um! TINHA-QUE-TER
Eles eram enfeitadinhos, tinham adesivos, desenhos, uma capa dura com um bichinho ou com a cara do Leonardo Di Caprio (que era o meu, por falar nisso) e as perguntas (uma por folha) eram escritas com a letra mais caprichada do mundo em cores diferentes (rosa, roxo e azul claro eram as minhas favoritas). Tais perguntas, que variavam desde dados pessoais até "Você gosta de quem" só podiam ser respondidas em uma única linha (menos a ultima, porque essa era "Deixe um recado para mim" e então, você podia escrever firulas do tipo "Você não é demais porque o que é demais sobre e vai pro lixo! Você é suficiente")

Não sei dizer o que era mais legal:
Ler o que escreveram pra você;
Ler o que escreveram no caderno que você está respondendo;
Procurar se o gatinho que você gostava, colocou seu nome na pergunta 13 "Você gosta de quem".

Um dia, enquanto respondia um caderninho desses, li a segunte pergunta: "Eu me pareço com..."
A mocinha, que preservarei a identidade, tinha um olho mais baixo que o outro e eu, na minha sapiência infantil, disse que ela se parecia com uma "gaveta despencando".
PUTA QUE PARIU! Porque escrevi isso?????
A garota ficou brava, lógico, e disse que ia arrebentar a minha cara na hora do recreio (sim, usávamos essa palavra decrépita...) pra ver quem ia parecer uma gaveta despencando... #medo

Bom, hoje, eu estou com cara de gaveta despencando... Tive um dia ruim e, mesmo sendo véspera de feriado, sinto-me "meio caida"... 
Alguns problemas pessoais me deixam triste e pra baixo hoje e você, "moça-com-cara-de-gaveta-despencando" pode sentir-se vingada!
A unica coisa boa, é que o marceneiro já esta consertando minha "cara-de-gaveta-despencando" e jájá estarei boa... já a moça com a verdadeira cara-de-gaveta-despencando.... como será que ela está?

quarta-feira, 29 de junho de 2016

"Como unicórnios e hipogrifos"

Quem me conhece sabe da luta interminável que travo com a balança desde os primórdios da minha vida adulta.

Creio que, no momento em que eu fiz 18 anos, à meia noite do dia 22/01/anoincerto (para preservar a dignidade), meus lipídios se reuniram e deliberaram que cresceriam, a partir daquele momento, de forma exponencial ao redor do meu abdômen , pernas e braços (mesmo que eu apenas lesse um rótulo de Nutella). Alguns migraram para meu cérebro e fizeram residência fixa no hipocampo, ajudando a me deixar ansiosa e a querer comer 487 palitinhos de batata frita com ketchup Heinz picante.

Desde então, travo uma verdadeira guerra com esses lipídios exibidos que teimam em crescer, teimam mais ainda, em diminuir e tem uma teimosia patológica em permanecer inertes em certos locais do meu corpo (faça o que eu fizer). 
Fiz e tudo que uma mente fértil e desesperada para perder peso pudesse imaginar: procurei dietas no extinto "Cadê" (olha aí eu já entregando minha idade avançada), no Google, li revistas baratas, li revistas caras, li livros, tomei remédios (alguns bem controversos), fiz academia... Mas, sempre que eu ficava "de bem" com a balança e "vencia" os lipídios exibidos, eu relaxava e eles voltavam a aparecer...

O fato mesmo é que jamais, em toda a minha vida, eu fiz uma dieta decente! (pronto, falei! Ufa, que alívio!) Eu sempre procurei dietas mirabolantes, daquelas que prometem a perda de 4kgs em 2 dias e ainda melhorar o cabelo e a pele sabe? O lógico sempre aconteceu: Eu perdia quase o peso prometido, perdia o humor, o cabelo também (e a pele ficava bem melequenta, se é que vocês querem saber) e depois de uns dias, já estava tendo ataques homéricos de gordices. 
Então, quando os ataques passavam, eu catava meus caquinhos e começava tudo de novo, na mesma dieta cheia de gordura e sem carboidrato. Você já tentou ficar sem carboidrato? Não? Então, não tente! A não ser que você queira parecer um rinoceronte hiperativo, desesperado por qualquer migalha de pão ou um mísero grão de arroz. É complicado privar-se totalmente de carboidratos e ainda char que vai ter energia para fazer atividade física de maneira decente sem desmaiar (mas eu achei que era possivel... pode isso?)

Em conversa com uma pessoa muito querida (Tia, te amo!), que já passou por problemas com a balança e que teve seus lipídios derrotados lindamente, resolvi me dar outra chance. Na verdade, a chance é para meu cérebro mesmo, que precisa mudar. Creio que essa mudança na forma de pensar me fará mais confiante para lutar contra a exibição permanente dos lipídios que circundam meu corpo. Fazer LowCarb da forma certa é minha meta!

Agora, as guloseimas que me fazem mal são, pra mim, como unicórnios e hipogrifos: personagens de um conto de fadas que não existem na vida real! As comidas gordurosas que me ajudaram a perder peso (leia-se músculos) e a lascar meus ruins, são unicórnios e hipogrifos... Fica mais fácil resistir a certas coisas quando elas não existem (ao menos no seu campo de visão, né?) 


Agora, só me resta vencer a batalha contra o desanimo e ir pra academia, mas isso é assunto pra outro post.

Beijinhos fit

Dani 

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Qundo eu crescer...

Nos tempos em que eu assistia TV Colosso, brincava de escritório com os relatórios do meu avô e de farmácia, usando o jaleco do papai (item importantíssimo!!!), junto com minhas irmãs, destruindo os cremes e maquiagens da minha mãe, umas das coisas que eu mais gostava de fazer era: ficar acordada ate tarde!!!!!
Era uma das coisas mais legais do mundo! Tanto quanto pegar um Leaozito no KinderOvo,  pular elástico, comer o chocolate Surpresa (que eu gostava só porque vinha com figurinhas muitoooooo legais) ou assistir caverna do dragão (ainda odeio aquele unicórnio).
 
Dormir tarde, para mim, era como se fosse algo importante ou "adulto" . Eu gostava ate de dizer pras amiguinhas da escola: "Nossa, dormi muito pouco! Fui deitar as onze horas da noite e acordei seis da manha acredita?"
 
Sim! Em nossa sapiência infantil, onze horas da noite era tarde, tardíssimo, quase madrugada (tá ouvindo o galo cantar?)...
 
É claro que meu pai não gostava nada de eu infringir as regras da hora de dormir e, sendo assim, minhas manias de "adulto" só podiam entrar em campo quando ele estava de plantão OU quando já estava deitado. Eu levantava, perturbando minhas irmãs pra levantarem também e fazer alguma estripulia do tipo "descer a escada de bunda e pegar o bis no armário" ou "brincar de Cabra-Cega
até ouvir o galo cantar".
 
Sempre que éramos pegas, (bem antes do galo cantar) o papai nos mandava deitar no estilo "Já pra cama que amanhã tem aula" e eu, muito argumentativa pra tenra idade, sempre perguntava "E porque o senhor esta acordado se amanhã também tem trabalho?" (pirralha insolente! rs) Calmamente, guiando as três escada acima, ele dizia "porque eu sou adulto"
 
Ai que ódio! O "eu sou adulto" do meu pai era um saco!!!! Isso calava minha boca e qualquer outro argumento era furado! Não tinha o que dizer quando ele me dava a resposta do "eu sou adulto". Nhé-nhé-nhé eu sou adulto nhé-nhé-nhé 
Nesse momento, eu olhava pra ele e soltava: "Entao tá, quando eu crescer vou ficar acordada ate tarde!"Minhas irmãs também acompanhavam com um "eu também!" para apoiar minha revolta
Lembro que ele ainda rebatia dizendo, com todo carinho "Você fala isso porque pode dormir a tarde, quando tem sono...E, quando você for adulta você escolhe a hora de dormir... agora, como so tem 7 anos, já pra cama! E não me faça contar eté 3...."
 
Hoje, quarta-feira (quase quinta) eu tenho a mais absoluta certeza que "ficar acordada ate tarde" não é nada bom.... nem pra pele, nem pra cabeça, nem pra trabalhar, nem pra acordar no outro dia.... 
O engraçado é que todos os dias eu "fico acordada ate tarde" não para procurar Bis no armário ou tampouco brincar de cabra-cega... mas sim porque sempre tenho que ler, estudar, cuidar do cachorro, arrumar ou organizar algo em casa.
 
Ser adulto anda perdendo a graça pra mim... e "ficar acordada ate tarde" já não é a coisa mais legal do mundo.
 
E ai, já tá ouvindo o galo cantar?

segunda-feira, 19 de maio de 2014

1,2,3 e...


1,2,3 e... Peraí, tô com medo....!
1,2,3 e... Nãããããoooo posso fazer isso!
1,2,3 e... Espera! A água da piscina ta gelada?
1,2,3 e... É muito alto!
1,2,3 e... Minha mãe vai brigar comigo...!
1,2,3 e... Aquilo ali é um pombo?
1,2,3 e... Peraaaaa!!! Pode chover! E se chover, como faz?

Era sempre assim! Desde a época em que o DinOvo vinha com figurinhas educativas, que o BolimBola, fazia a melhor bola de todos os tempos (dava pra fazer até uma bola dentro da outra!!!), e que Zorro era mais do que um herói (era um pirulito delicioooosooooo) eu tinha medo de me arriscar.
A grande verdade, é que, provavelmente, o medo da consequência era maior do que o medo de realizar o ato, propriamente dito. Talvez fosse o medo da minha mãe brigar comigo, me colocar de castigo e não me dar o dinheiro pra comprar papel de carta (eu fazia coleção né! Era importante no auge dos meus 8 anos), o medo de sentir frio depois que pulasse na piscina gelada, ou talvez, o medo de cair do muro "alto" e machucar o joelho (esse medo era plausível, porque desde sempre eu tenho colecionado tombos, topadas e arranhões homéricos). Independente do medo que fosse e da substancialidade dele, eu sempre adiava alguma coisa!

Há alguns anos, fiz um blog e postava nele todos os dias (dias de semana que terminam com "a" e finais de semana também). Depois, o medo (olha ele ai!) de me acharem cognitivamente descompensada, neurótica, descontrolada, mongol, retardada, gorda (sim, porque era um blog de gorda...), bulímica, gulosa ou uma maluca com intestino preguiçoso (e muito sacana, diga-se de passagem), resolvi parar de escrever...
Rótulos sempre me deixam com medo... 

Enfim, há alguns meses, a ideia de escrever novamente tem dançado lepo-lepo freneticamente na minha cabeça. Sempre que eu resolvia voltar a escrever as doideiras,futilidades,trivialidades, lutas com  balança (essa maldita!!) e as minhas sagas, alguma coisa me fazia parar e eu ficava parada no "e" do 1,2,3 e...

Bom, o lepo-lepo nao dança mais na minha mente (graças a Bondoso Senhor Jesus Cristo) e eu finalmente resolvi voltar a colocar minhas maluquices em forma de texto...

Então, sendo assim, será aqui que, a partir de hoje, vou contar de tudo um pouco e um pouco de tudo...

1,2,3 e.. JÁ! Começou!